Meninos de ouro
Que levam no sangue
Por herança ou por dom
A mania estanha, gangue.
Estrelando o guia do som
Meninos de prata
Que levam nas malas
O brilho de seus olhares
Expondo minha arte grata
Com a ternura de seus pilares
Homens não metais
Que levam em seus pés
As inquietudes dos anjos
Em suas leituras as digitais
De quem os refizeram arcanjos
Homens em partes d’água
Que carregam em suas mãos
A sublime nota de excelência
Habilidade para secar as mágoas
Criadas nos tempos de exigência
Por fim. Distantes
Dispersos assim do montante
Reservados, a sina e a palheta.
Guardados no canto esquerdo
Por baixo de minha blusa preta.
Alessandra Aguiar
01-02-2009